quinta-feira, 2 de julho de 2009

DONA MORTE, POR FAVOR...

(foto de Hideki)
Dona Morte, não me leve tão já,
Só tenho vinte poucos anos,
Gostaria de vivenciar mais o agora,
Sentir o gosto da comida que nunca provei;
Sentir a sensação da adrenalina do medo.
Aprender do que eu era contra;
Aprender com os meus inimigos;
Aprender com os meus amigos;
Aprender mais com a minha família;
Aprender muito mais com a minha mãe
Aprender a paciência do meu pai.

Dona Morte, não me leve tão já,
Sou novo, ainda não sei o que é a vida,
Talvez quando nos 70 chegar, aprenderei.
Ainda quero ter amores,
Ainda quero ter decepções,
Ainda quero ter felicidades,
Ainda quero ter abraços,
Ainda quero conhecer outras pessoas
Ainda quero conhecer outros lugares.

Dona Morte, não me leve tão já,
Ainda não conheci todos os bares,
Não tomei todos os conhaques,
Não tomei todas as pingas,
Não tomei todas as cervejas,
Não dormi em todos os lugares,
Ou quero dizer, não me larguei em todos os lugares.

Pensando bem.
Dona Morte, me leve quando você quiser.
Porque não me arrependo do que eu vivi.
E na hora certa,
Que meus amigos me defenda pelas ofensas ditas,
Que não aumentem as minhas historias vividas,
Que somente recontem as verdadeiras historias,
Que deixem falarem mau de mim,
Que falem também as minhas boas ações,
Que cantem para mim,
Que chorem por mim,
E se der vontade ria, bem alto, por mim.
E me leve para os que um dia já chorei.
Mas espero o que eu vivi, não seja somente na minha mente,
Que esteja no meu espírito, gravado, a minha vida inteira,
Para a minha vida inteira.

Dona Morte, pensando bem...
Mas me deixe ainda um pouco !!
Pois não vivi tristezas o suficiente,
Para algo aprender.
.
(Alexandre Hideki)

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